A gente fala muito sobre o fim do mundo.
Fato é que a gente não tinha literatura pra uma epidemia mundial causada por um vírus que se espalha como “areia do Saara sobre os automóveis de Roma”.
Se ainda fosse uma noite de 3 dias com chuva de meteoros.
A chegada dos etês em naves multicores.
A volta dos dinossauros.
Faraós levantando das tumbas.
Inclusive. “Eu falei faraó-óó”
(e escutei a Margareth cantando êêê faraó)
Mas não.
É coisa sem barulho.
Cheiro.
Gosto.
Som.
Então tamo aqui.
Vivendo como nômades digitais, que é como os jovens chamam quem decide passar um tempo existindo de acordo com aquele verso do Cazuza “uma hora aqui e a outra ali”.
Flexibilizando pero no mucho.
Ouvindo uns sons online.
Escrevendo nas nuvens.
Tentando meditar a qualquer hora do dia.
Usando as tacinhas de vinho.
Deixando “o ódio pra quem tem”.
Assando bolos de receitas francesas.
Encontrando formas possíveis de ajudar quem está no vento.
E sem planos inquebráveis.
Porque cá entre nós.
O mundo acabou.
Pensando bem.
Que sorte.
texto da Cris Lisbôa com um pouco de mim e foto da Cris Autran que vi ontem na pagina dela de um lugar com coraçao e coroa na fachada. merci Criss
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