PAPEL PERDIDO
Nem decente, nem indecente: gente. Nem tão presente, nem tão ausente: gente. Nem eufórico, nem descontente: gente. Nem raro, nem freqüente. Sou gente. Nem paciente, nem insolente, nem opaco, nem transparente, nem baço, nem refulgente: gente. Nasci gente, cresci gente, morrerei gente. Entrementes, gente. Nem Goethe, nem Maricá: gente. Amanheço gente, cai a tarde e quase não sou, mas sou, gente. À noite, docemente, gente. Apesar dos pesares, gente. Nem civil, nem tenente, nem angélico, nem repelente, às vezes frio, às vezes quente, inesquecivelmente, gente. Tão burro, coitado, tão inteligente! Indigente de gente, conseqüente-inconseqüente trocadilho de gente.
Paulo
li no stories do rodrigo penna, nao sou muito ligada a stories, não gosto do que não se guarda, fico sem background, sem memórias. mas às vezes mudo de ideia.
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