nasci em brasília. cresci no rio. vivi entre ipanema & leblon. copacabana. gávea. barra da tijuca. são gonçalo. e por fim laranjeiras. a vida faz dessas coisas. quando olho as imagens da cidade incrivelmente-mais do que-maravilhosa fico divagando... como queria ter sido mais feliz por lá.
infância os pais se separaram. adolescência com sérios problemas de peso. adulta crise existencial. fui tentando achar a tal felicidade no melhor estilo tim maia.
tinha o carnaval pra extravasar com fantasias feitas pela mãe. e festas juninas de caipira estilosa costuradas pela mãe também. teve o movimento disco e pude dançar todas com direito a trajes da época e passinhos bem marcados.
existia uma praia, ainda existe, a uma quadra de casa, ia quase todo dia.
e família, amigos da escola, dos cursos, amigos dos amigos, do bairro, vizinhos. primeiros amores, segundos, terceiros, infinitos... tudo foi fazendo parte da minha historinha, vivências, souvenirs.
tinha arte e cultura por todos os ângulos que via. o teatro villa lobos que não existe mais. bença zé celso. showzinhos marcantes free e com tickets. arpoador que tá lá lindo e canecão que não tá mais lá. cineminha art-decô pax em ipanema, o do leblon, os estação e outros mais que fecharam. ainda bem que alguns teimam em existir.
como católica ia à igreja. nossa senhora da paz, santa mônica e são francisco de paula. respectivas ipanema, leblon e jardim oceânico. como o brasil é de uma mixité incrível. fui de centros de macumbas a igrejas presbiterianas numa boa, terminando nos centros budistas mais lindos que já pude ir/ver. (à parte: não frequento mais, acendo velas em casa e rezo. vou na fé.).
estudei na histórica george pfisterer. de onde saiu muita gente boa pro mundo. passei pelo santa marcelina, anglo americano da barra e objetivo em brasília. mundos díspares. não sabia o que queria ser na vida. muitas pessoas interessantes não sabem (wear sunscreen). me formei em administração. e amo cozinhar e escrever.
e os restôs??? ahhh eram e continuam sendo meus cantinhos preferidos no mundo. uns deixaram saudade. outros abriram. muitos continuam. favorito? o do troisgros. do rio, bien entendu. conheci o ct boucherie. tinha sido o mais próximo que poderia ter chegado da cultura francesa. me emocionava ir lá. e não imaginava o que estaria pra acontecer...
não vivo mais no rio. moro no sul da frança, na provence, numa vila que se chama pelissanne. onde a água é pouca. segue seco. 40 longuíssimos kilômetros distantes de mim. sinto falta. dom pedro II tinha um saquinho de terra do brasil guardado no bolso quando foi embora da terra brasilis. vou guardar um pouquinho da água do mar em uma garrafinha na próxima vez que for ao rio. alguém disse: a cura para tudo é água salgada: suor, lágrimas ou o mar*. 




*isak dinesen

No comments:
Post a Comment