caminhando

 

já não caminho mais pela vila onde moro, ou melhor dizendo, pela vila vizinha a minha. é que moro num lugar bem pequenininho, Salon-de-Provence é a vila mais próxima com um pouco mais de movimento, leva uns 10 minutos de carro. se preferir muito mais movimento tem Aix, mas aí são 30 minutos rodados. vale a ida. uma Petit Paris como o Philippe me disse logo que vim morar aqui e onde me senti realmente na Europa pela 1a vez (não vou esquecer a sensação nunca!). ahhh, a vila que habito é Pelissanne.

Salon ficou mais triste. o mundo se entristeceu. antes mesmo do confinamento e todo o resto. o café que amava ir fechou suas mais lindas portas. fiquei sem o meu point favorito ou como os franceses falam com todo o charme da língua "mon petit coin de paradis". chamava-se com todo o direito ao nome de En Aparthé(s). como filosofei por lá!

agora, neste exato momento presente, descubro que a lojinha de queijos fechou; a Halle, que é uma referência por aqui só on-line. loja de decô que adorava ir pra comprar bugigangas, aquelas quinquilharias inúteis total e que nos conquistam ao primeiro admirar, fechou também. e muitos outros se fecharam por completo.

nesta loucura toda a gente descobre lugares novos. faz bem pra alma. a saudade é esquecida por instantes nestas investidas. nos sentimos vivos, mais alegrinhos, pessoas amadas.

no último sábado, voltando a caminhar por Salon, me deparei com esta imagem de Nostradamus. um mago que viveu por aqui nos tempos sombrios pós idade média. visitei a casa dele. um deslumbramento só. estrelas por todo lado. sempre lembrava deste alquimista e da sua profecia sobre fim do mundo. o mundo acabou. estamos começando a construir um outro novinho -- que seja pro bem!!