COLHEITA
5° dia. no primeiro dia choveu e teve vento pela manhã. mas tinha que começar. o Philippe é apaixonado pelo que faz, foi colhendo azeitonas em grandes quantidades para conseguir fazer o azeite da casa. é que o moinho só aceita um mínimo de 300 kilos pra poder individualizar as encomendas; abaixo disto o azeite produzido é o da região junto com toda a produção colhida. imagino que exista uma consciência comunitária nisto. ter o azeite da casa é outra história. dá gosto de servir, degustar inteiramente, prazerosamente. fui colher as azeitonas das árvores pequenas plantadas este ano. tinham umas enormes!! pensei nas conservas... e fazia frio, a mão congelava...
a colheita é muito dura. fico sempre pensando nos agricultores, nos boias-frias e nos imigrantes que fazem este trabalho. quanto mais se colhe mais se tem que colher. e a produção da casa não é grande. chega a ser somente para uso próprio e para poder ofertar às pessoinhas queridas. tem equipamento pra ajudar e já vi filmes em que as grandes produções usam máquinas. aqui usamos umas garras, é tipo um escovão, melhor explicado, e rede. li que pegar as azeitonas com a mão dá mais gosto. prefiro pegar com a mão, sentir, selecionar, agradecer a natureza por estas frutinhas amargas de origem e deliciosas após curtidas.
em 2 semanas receberemos o azeite. com o que ficou nas árvores poderemos produzir conservas (as que colhi no início acabaram indo junto com a 1a remessa para alcançar o peso exigido), que darão vida a tapenades, farão parte de receitinhas de boas cozinhas... os galhos quebrados pela rapidez, pela seleção natural e ao tentar pegar as mais difíceis servirão de adubo e para decorar espaços -- nada é perdido, tudo se transforma. 



No comments:
Post a Comment