sigamos!

 

setembro passou

praia francesa, menino e menina olhando o horizonte e além

existências

vinhos divinos

temperos: manjericão plantado

rezando por tudo no mundo, tudo mesmo

8 anos com o philippe -- coisa mais linda

a rainha elizabeth partiu. fechou-se uma era

casa com afeto

tempo bom e nem tão bom assim, mas bom

godard quis partir também

envelhecer não é terrível como parece

meu blog fez niver!

rio, o de janeiro, fazendo uma faaalta

cliks por aí

fotinho da turma. mó revival

sigamos!

Somos realmente a memória que temos e os sonhos que construímos. Sigamos!

o Rodrigo Penna escreveu e reescrevo.

a foto é da Isabel Becker.

vinho tinto GIGONDAS

 

uma, uma não, duas, duas taças de vinho tinto GIGONDAS. se pronuncia GIGONDÁS. os franceses tem esta coisa da última sílaba tônica. fica tudo muito enfático. tudo.

tive a honra de ganhar esta bela garrafa (amo garrafas!) dos nossos vizinhos. a minha médica que não cuida mais de mim. se aposentou. e seu marido, um piloto de avião, aposentado também. moram pertinho da gente.

fizemos um jantar aqui em casa. simples e booommm. philippe sugeriu fazer cozido. aprendi com a mãe. acho que é o pot au feu daqui da frança. fui pesquisando e aprimorando. vi dicas do olivier anquier e este de sábado deu tão certo que disse pros vizinhos que eles traziam sorte porque quando as coisas saem bem é porque as pessoas são do bem também.

em tempo: philippe fez caipirinha de apéritif com uma pinga das boas de minas gerais, brasil.

voltando ao vinho. ainda não tinha tido a honra de provar. fica na villa de mesmo nome, mais um pouquinho ao norte, uma hora de carro (merci, google) daqui de casa. no domaine de boissan. um terroir!

meu lado sommelier pretensioso veio à tona.

GIGONDAS

Seleção Vermelha de Victor

Terroir: Solo pedregoso argilo-calcário

Vinhas: Vinhas velhas com 50 anos ou mais

Uvas: 70% Grenache, 30% Syrah

Vinificação e envelhecimento: vindima manual, uvas inteiras, não cortadas

Envelhecimento em 18 meses nos barris

Degustação: rico e poderoso, aromas de ameixas secas

Paladar: inebriante, aveludado, frutado

Temperatura de degustação: 17 a 18°

Armazenamento: 10 a 15 anos dependendo da safra, 20 anos ou mais para anos excepcionais

Conselho do sommelier: bom com carnes vermelhas, caça, ensopados, pratos picantes

segue a ficha técnica para apreciação sem moderação.

selma, leandro, zuleika e eu

 

selma, leandro, zuleika e eu

25 anos atras

por aí

nao me lembrava mais

bateu uma saudade

cartões

 

cartões

há tempos queria fazer uma foto com cartões, cartões em pb, cartões postais, cartões com um pouco da vida da gente. me inspirei em uma arte da isabel becker, uma fotógrafa que amo e que tem muitas fotos daqui da frança.

estes foram em uma livraria de salon que tem o sugestivo nome de librairie le grenier d'abondance que nada mais é do que uma livraria em um sótão cheio de livros.

os cartões são amor nos tempos de correio. de quando escolhíamos um special e mandávamos selados. escrevíamos frases de efeito para impactar. e torcíamos pra chegar logo.

outro dia recebemos cartão da espanha, do filho do philippe e da nora. em uma costa chamada blanca. fazia tempos que não recebia um cartão. booommm abrir a caixa de correio e encontrar um por lá!

quando era mais nova fazia coleção. afixava na cortiça. trabalhei em restaurante e tinha uma empresa que colocava os expositores e fazia divulgação usando cartões. acho que o nome era MICA e tinha a logo de um gatinho, claro.

sinto falta de papel. nestes tempos digitais, de artes intocáveis, de tudo online, sinto falta de escrever, de pegar no papel, de sentir a textura, a gramatura, analisar a arte em pormenores. escrever de próprio punho.

o mundo mudou. eu não mudei. mudei?!

na praia de ipanema no rio de janeiro brasil

 

para os que são da areia, da praia

para quem passou por essas bandas

para os que tostaram em verões com + de 40° (a sombra)

para todos que um dia tomaram uma boa chuveirada

na praia de ipanema no rio de janeiro brasil

em um fim de tarde desses

que a vida dá pra gente

“saudades, só os que falam português conseguem senti-las bem porque têm essa palavra para dizer que as têm.”

fernando pessoa

adaptadinho

foto isabel becker

porque vim pra frança

 

pensando porque vim pra frança (?)

philippe não conta. é o amor meu.

vim porque nós brasileiros reverenciamos a cultura. tudo o que é francês é uma referência. vamos da gastronomia à moda. passamos pelo jeito elegante de ser. blasé por vezes. da história. da revolução. da gauche (e da droite) e os seus extremos. dos protestos. do cinema (amei les bien-aimés!), do teatro (ainda vou assistir uma peça). dos livros (li madame bovary do flaubert no colégio porque quis). as músicas; ouvi adaptações do português pro francês plus que parfaits. da arquitetura. a arquitetura é uma grande paixão minha, das antigas! as artes. o gosto pelo belo. o amor pelo bem-feito. super bem-feito. o senso de estética. o bom gosto. não gosto de tudo, claro. me adapto. tento não perder minha personalidade construida com todo empenho. ahhh a liberdade. acho que foram eles que se impuseram por conta da vontade de ser livres.

melhor sensação do mundo: un rouge! a qualquer hora do dia e olhar pra vida, pras memórias, pro futuro. e o precioso e assustador exatamente agora*.

* cris lisboa

BLOG 1 ano. 🎇🎆

 

BLOG 1 ano.

comecei pensando nos meus escritos. fui de blogger. achando que por ser simples iria correr tudo bem. não sabia nada de blog. escolhi um layout que não tinha nada a ver. fui tentando achar minha identidade. já sabia o nome. bom começo disse baixinho pra mim. beau.art. be de bete, au do autran e o .art veio da expressão beaux-arts. resumo da ópera: arte bonita. o coração pintou como homenagem a uma obra de arte que vi por aqui. ficou fora do eixo, assim como o nome. tudo-fora-do-lugar.

nos primeiros tempos dei continuidade postando ideias. são as mesmas das redes sociais. é o que vivo, o que sinto, o que gosto, o que me toca a alma... o que me faz bem postar.

final do ano. viagem. férias. regresso. mudança radical. fui pelo simplérrimo. pesquisando sobre arte. o que fez/faz parte da minha história de vida. o que descobri. e criando uma ideia de um blog de uma estrangeira que vive em outras terras. a essência é esta. de uma brasileira que está vivenciando a cultura francesa no sul do país, na provence.

o blog tem arte por toda a página. me senti designer! bateu uma vaidadezinha. ahhh, e ele é doce.

félicitations

chérie!!

beteautran.blogspot.com/

O coração finalmente ganha nossa atenção.

 

Envelhecer tem sido um achado.

O medo de envelhecer, dizem, é de lascar, mas envelhecer, convenhamos, não é só a única saída, é a melhor delas.

Pra fugir de tanta babaquice, pra entender o desapego, pra curtir, de fato, a vida. Envelhecer ensina.

Sentimentos ganham medida. Ansiosos ganham refresco, filhos perdoam os pais e pais perdoam os filhos, de grave basta nossa memória.

A pressa juvenil perde aquele tom estridente; vira urgência.

Tudo faz mais sentido ou finalmente deixa de faze-lo.

Dor e euforia se acomodam em seus lugares, e muitas vezes nos deixam em paz. Outras não.

A vida refina o paladar e você descobre o sabor da água.O sabor do tempo. O valor de cada momento.

Envelhecer tem sido um achado, realmente.

Eu acho menos, procuro menos, espero menos, respiro mais e melhor e quando suspiro hoje guardo esse momento só pra mim.

A idade é o trilho, envelhecer é a viagem. E o amor… Êta trem bão!

O coração finalmente ganha nossa atenção.

Ternura será nosso castigo. Coragem, nosso espólio.

Vou amar o silêncio, aceitar o esquecimento, dormir depois do almoço, reler os clássicos com alguma intimidade e andar devagarinho, mas não sei o que farei com a partida daqueles que amo.

Pois a única certeza que tenho nessa vida, além da morte, é esta:

- Um amigo é o mais perto que chegaremos de deus.

O tempo e eu

o Rodrigo Penna escreveu. Li ha muito tempo. Guardei. Pra dar uma força.

Jean Luc Godard

 

imagens dos filmes de Jean Luc Godard

Galerie du Jour Paris

filmes no escurinho do cinema, em telões ao ar livre, em casa; curtas, bios, series, soundtracks, posters, livros de arte

o poster original foi censurado

previsões

 

13 de setembro terça-feira

7:27 pile: nascente 7:16 e poente 19:54

22° Celsius

ventinho passando de leve

menos seco

lua minguante

nuvens passageiras

dia fechado

amanha esta previsto tempestade!!

aprendi a amar dias com chuvas, ventos, raios cortando os céus

Manoel de Barros

 

A gente descobre que o tamanho das coisas há de ser medido pela intimidade que temos com as coisas. Há de ser como acontece com o amor.

Manoel de Barros

coisas de casa!!

porta velas diy

 

potes de geleia jateados com spray dando um efeito fosco (givré, em francês!)

viraram porta velas!!

uma época está indo embora

 

uma época está indo embora

uma era

a minha geração está passando

estranho sentir isto

o mundo mudou

não sei se pra melhor ou pior

vivo nele

a rainha elizabeth virou estrela (está com o seu prince, philip)

outro dia o gorbatchev também virou

meu nome foi inspirado nela

elizabete (com te por conta do português!)

a última geração com ternura

intitulada por mim desse jeito

a última antes do celular e da internet

a que brincou na rua

não era perigoso

a que teve pais libertários dos anos 60

uma geração que conseguiu passar por tantas

mudanças, guerras, crises,

evoluções ou involuções

estou chegando aos meus 60

como disse o escritor

-- então, que seja doce
-- so, be sweet*

amen

* caio fernando abreu

foto da rainha no rio de janeiro em 68

fomos felizes e felizes fomos

 

tempo (nao sei mensurar!)

eu e você

no rio no brasil

em uma esquina de ipanema

a praia conhecida pelo mundo

a musica da garota a caminho do mar

mar que mergulhei uma vida inteira

na prudente, de moraes. uma das ruas chics do bairro

perto da igreja da paz

dos locais onde fui criança,

e onde aprendi a ser grande

um bistrô meio hippie

livre leve solto

tropical

nós dois

uma pessoa perto tirou a foto

te abracei

e a gente foi feliz

fomos felizes

e felizes fomos

reza

 

“Concedei-nos Senhor,

A serenidade necessária para

aceitar como são as coisas

que não podemos modificar.

Coragem para modificar

aquelas que podemos. E

sabedoria para distinguirmos

umas das outras.”

( Uma doce oração da serenidade, também dos alcoólatras anônimos. Também pros compulsivos em geral, viciados em drogas, viciados em problemas, amor, sexo, desamor, brigas, birras, doces, internet, etc… Viciados em querer que o outro, e tudo seja diferente. Reclamões e cínicos de plantão. Os que abusam do triunfo a luz do dia, ou o choro preso no trânsito, o tal medo da morte, amizades tão verdadeiras e outras, armadilhas de fevereiro. Os doentes de tédio, preguiça, até tristeza, os da insatisfação infinita. Que se lambuzam orgulhosos e cheios de si, os mimados que esperam que a vida e a sorte caiam no colo, e os leve pra cama.

Enfim, todos nós,

Em algum momento do dia.)

o Rodrigo Penna repostou um dia desses