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Nunca os dois se encontrarão*
O ano não começa em janeiro. Todo francês sabe disso. Apenas os ingleses desajeitados (os brasileiros em geral também) acham que começa em janeiro.
O ano começa realmente na primeira segunda-feira de setembro.
É quando os parisienses (e os franceses do sul inclusos) voltam para suas mesas após as férias de um mês e começam a pensar para onde irão nas férias do semestre em novembro.
É também quando todos os projetos franceses, de um novo penteado a uma usina nuclear, estão em andamento, por isso, às 9h da primeira segunda-feira de setembro, eu estava a cem metros do Champs-Élysées vendo os casais se beijando.
Meu bom amigo Chris me disse para não ir para a França. Excelente estilo de vida, disse ele, boa comida e mulheres totalmente não politicamente corretas e livres.
Mas, ele me avisou, é um inferno viver com os franceses.
* Never the deux shall meet refere-se a Rudyard Kipling e às diferenças entre leste/oeste.
"A Year in the Merde" de Stephen Clark tradução livre customizada
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não me passava pela cabeça a ideia, mesmo que inimaginável, de encontrar um francês, me apaixonar por ele e vir viver em seu país. é, realmente, é um desafio dos grandes viver com eles, com os franceses… mas a gente passa a ter outra maneira de ver o mundo. talvez mais crítica, mas com certeza mais aberta, mais voltada para o humano, a cultura, educação, arte, beleza… eles fazem isto com a gente. passamos a amar a vida; e com ela a liberdade, o respeito pelo outro e o fato de sermos iguais, mesmo tendo nossas diferençazinhas.